1ª Reunião oficial
- AIMD Associação Independente de Médicos Dentistas
- 9 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
Indignação, receio, missão. As três palavras de ordem da nossa reunião nacional de apresentação da AIMD.
Indignação: a profundidade do buraco que se cavou e que parece não ter fim. A ausência de protecção dos médicos dentistas, social e profissionalmente; o desleixo e inanimidade de dirigentes que não reconhecem (ou optam por não reconhecer) os problemas da classe; a profunda desvalorização do profissional de saúde em oposição ao crescendo do mundo da saúde empresarial.
Receio. De um movimento, que se insurge contra a inércia e inactividade das instituições regulamentadoras e governamentais, ser tomado por radicalista, populista, de oposição, revolucionário; de sofrer represálias, por queremos o melhor para a profissão, por termos a coragem e a audácia de pensar e agir. Somos revolucionários, sim. Somos a oposição a todos os que atacam e deixam atacar a dignidade do médico dentista. A todos os que têm medo de se afirmar publicamente, aos que optam pela conversa de corredor em vez da tomada de posição: nós seremos a vossa voz. Estamos dispostos a trabalhar com todas as instituições, figuras e pessoas que nos abram a porta.
Missão. Travamos talvez a maior batalha da história da nossa profissão: a existência de um futuro. Infelizmente, os jovens continuam a pecar pelo seu abstencionismo no chamamento à discussão pública dos problemas da profissão. Ontem não foi excepção: “são sempre os mesmos”, como alguém dizia. Não obstante, saúdo e agradeço a todas as gerações que fizeram questão de estar presentes na reunião, mais velhos e mais novos, pelo seu sentido de missão, pelo seu amor à causa e pelas suas intervenções e contributos. É para elas que vai o meu primeiro agradecimento. Para muitos, esta não é a sua primeira batalha. Para nós, também não é, e provavelmente não será a última. Será, sim, a derradeira batalha, à qual TODOS somos chamados, desde o recém-licenciado ao potencial aposentado. Quem opte por ignorar o alerta (nomeadamente ao não votar nas eleições da OMD), não tem legitimidade para, à posteriori, se vir queixar das condições do exercício da profissão. Não temos soluções miraculosas nem receitas mágicas. Temos um grupo de trabalho focado e motivado, com propostas e criatividade, que depende da mobilização de todos para ganhar a legitimidade necessária para lhe darem ouvidos. Em breve, serão anunciadas novas sessões de esclarecimento e mobilização em várias regiões do país.
Quero publicamente agradecer, também, ao Prof. Manuel Fontes de Carvalho e ao Manuel Nunes (representante da APOMED-SP), duas das personalidades históricas da Medicina Dentária, dois autênticos generais, os primeiros influentes a reconhecer publicamente a AIMD, a valorizar a necessidade do nosso aparecimento, a acreditar na nossa equipa e a apoiar e aconselhar o nosso trabalho. Duas pessoas que já deram muito sangue e suor à profissão e que sentem ainda assim a necessidade de ingressarem em mais uma batalha. Por unanimidade, pelo valor que trazem ao nosso projecto, reconhecêmo-los como membros honorários da AIMD.
Por último, o agradecimento a todos os pioneiros da AIMD: por terem aceitado o convite e o desafio, pelo tempo despendido, pelas intervenções, pelo contributo no planeamento da acção da AIMD. A equipa é sólida, criativa, isenta e incansável. Não poderia estar mais orgulhoso de vos ter ao meu lado.
Convosco, com todos os colegas, acredito num Futuro.



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